12/10/2012

Burocracias d'Empresária

Ora bem, cá estou eu no meu novo papel de empresária, que no fundo não muda muito a não ser a minha carga de responsabilidade e as tretas para as finanças e para a segurança social. Vou aproveitar para ir falando um bocado do raio do processo burocrático que fui atravessando e que ainda vou atravessar, porque vai-se a ver e amanhã são vocês os empresários e assim já sabem como a coisa funciona. Ou pelo menos têm a visão em primeira mão pela boca (mãos...) de uma leiga nestas matérias, que eu percebo tanto disto como de crochet. Então vamos lá. A nossa primeira hipótese, minha e do meu sócio (que para efeitos deste blogue vai ser doravante referido como O Sócio) foi pedir apenas o remanescente do meu subsídio de desemprego à Segurança Social e utilizar o restante dinheiro de capitais próprios. Nesta situação o plano de negócios e restante papelada seria entregue ao IEFP que analisaria e em caso de deferimento enviava as coisas para a Segurança Social para que esta se chegasse à frente. Ora como é bom de ver o IEFP, como bom organismo público que é, não está propriamente para facilitar a vida às pessoas e decidiu, não se percebe bem porquê, que as pessoas para submeterem um projecto deste género têm obrigatoriamente de ter um escritório/loja/etc, não podem trabalhar a partir de casa. Oi? "Mas no meu caso o trabalho é feito em casa do cliente, não posso ter a sede social em minha casa?", "ah! só com autorização em acta de condomínio e mais isto e aquilo". É que não fazia sentido nenhum estar a arranjar mais um custo fixo, e que não é de desprezar, quando o próprio franchisador aconselha a trabalhar em casa pelo menos nos primeiros tempos. Vamos então falar com o Banco. Que obviamente não tem problema nenhum com isso, tanto se lhes dá como se lhes deu o sitio onde eu vou trabalhar, e que me consegue apresentar uma check list em condições e oh!, sem ambiguidades!, dos documentos que eu tenho de apresentar para submeter a candidatura ao programa de crédito. Pronto, nada de mais, fotocópias de mil e um documentos mais um plano de negócios simples e tá feito. Entregámos o dossier no dia 3 de Setembro e ontem dia 11 de Outubro recebemos o ok final e luz verde para avançar. Entretanto, enquanto esperávamos que o Banco e a SPGM se despachassem fomos tratando de reservar o nome da empresa para ficar já resolvido e reservado. Ficam a saber que arranjar um nome para uma empresa não é tarefa fácil. Chegámos ao Balcão do Empreendedorismo na Loja do Cidadão com cerca de vinte nomes. Foram todos recusados. Pois é, siglas esqueçam, já existia tudo ou remotamente semelhante, porque no que toca a siglas vocês podem querer abrir uma loja de doces em Mirandela mas se já houver um dentista em Faro com o mesmo nome, ardeu! Optámos portanto para ir pelos nomes, porque se o nome da firma tiver os nomes/apelidos dos sócios a comparação com nomes já existentes só é feita ao nível do distrito e da área de actividade. Como uma das nossas primeiras hipóteses era A&L acabou por ficar Aguiar & Leitão, Lda. e vamos registar um logótipo "A&L", pronto, resolvido. Como vamos utilizar mais o nome do franchising, Melom Engenho, este nome acaba por não ser tão relevante. Reservámos então o nome por 3 meses pagando 56€. Ao mesmo tempo definimos também o objecto social, que aparentemente é o mais importante numa empresa no que diz respeito às actividades que pode desenvolver. Eu estava convencida que era o CAE (que também definimos lá, um principal e três secundários), mas diz que o CAE se pode mudar sem custos (até ver...) a qualquer altura e que o objecto social é mais determinante e para alterar temos de nos chegar à frente. Hoje, com isso já previamente reservado, foi só chegar lá, levar os cartões do cidadão com a assinatura digital activada, e em meia horita e mediante o pagamento de 220€ de taxa de qualquer coisa, estava a coisa feita. Já temos NIPC e NISS. Em 48 horas enviam-me por email o código para a certidão comercial permanente para que eu possa tratar dos restantes passos (abrir conta, iniciar actividade, pedir declarações, alvará, etc.). Para começar a trabalhar mesmo ainda vou ter de esperar mais um bocadinho uma vez que cada uma destas coisas (excepto abrir a conta, possivelmente) vão sempre ter prazos, porque  como se sabe não se pode apressar os senhores dos vários institutos e organismos públicos.

3 comentários:

  1. Que formigueiro na barriga...! =)

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  2. Just crossed my mind - era tão mais awesome se tivesse ficado "leitão a guiar"! http://bit.ly/SWgkic XD

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  3. Muito bom...muito bom mesmo!:p Não nos ocorreu realmente....e assim o logotipo era muito mais facil!:P

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