19/10/2012

Burocracias d'Empresária #2

Ora pois então, depois de constituir a empresa no balcão do empreendedor, essa raça quasi-aniquilada à nascença pelas burocracias e impostos nacionais, esperei as tais 48 horas pelo código da certidão permanente, esse documento sagrado que é necessário para fazer seja o que for! A rapariga do balcão do empreendedor (uma jóia de moça, há que ressalvar) ainda nos disse, a mim e a'O Sócio, que "se calhar ainda chega segunda-feira". Pois sim, tá bom de ver que se o prazo máximo são 48 horas são essas mesmas horas e nem menos um bocadinho que vamos ter de esperar. E já vamos com sorte se não forem mais. Bom, mas na terça-feira lá chegou o dito código. Posto isto a primeira coisa a fazer foi abrir uma conta em nome da empresa. Ok, fácil, ir ao banco, levar as tralhas todas, escolher o tipo de conta, assinar 300 papéis e tá aberta a conta. Claro que, como em tudo também nisto temos de esperar por qualquer coisa. Os cartões de débito, crédito e os cheques só chegam na próxima semana, logo, a conta está aberta mas nem o capital social ainda lá pusemos porque ainda não temos forma de o movimentar (a não ser pelo net-banking, mas que para o efeito não serve). De seguida, iniciar actividade. Seguir para os contabilistas que foram super despachados e trataram logo disso tudo incluindo livro de actas (que agora se pode sacar da net! estou mesmo desactualizada!), rubricar as intermináveis páginas do livro de actas, escrever acta de início de actividade que diz que é obrigatório para a segurança social (ou as finanças? hum... ou se calhar ambas...) aceitarem o início de actividade e pronto, os senhores contabilistas tratam do resto. Agora resta-nos, isso mesmo que vocês estão a pensar: esperar, obviamente! Neste caso pelas passwords para retirar de ambos os sites as certidões de não divida (de empresa recém criada, valha-me a santa!) que são obrigatórias para o contrato de empréstimo a fazer com o banco! Enfim! Passo seguinte os seguros! Toca a abalar para a seguradora para contratar o seguro de acidentes de trabalho e de responsabilidade civil. Preencher mais papeis, assinar e... ups, carimbar! Ai, o carimbo! Por acaso já estava feito que já nos tinham avisado - no banco - que era obrigatório (sim, somos incrivelmente ignorantes no que toca a estas andanças!) só que eu esqueci-me dele em casa. Lembro-me lá que o raio do carimbo é preciso para tudo e mais alguma coisa! É o gémeo siamês do código da certidão permanente! Bem, toca a abalar para casa, pegar no carimbo, voltar à seguradora e carimbar a papelada para despachar a coisa. Sim, porque precisamos disto tudo tratado rapidinho para depois ir tirar o alvará de construção. Entretanto o carimbo já está na carteira e vai andar sempre comigo! Depois disso toca a ir para o centro de emprego do Porto Ocidental entregar as papeladas para os senhores da segurança social me pagarem aquilo a que tenho direito, em género de prémio de empreendedora. Claro que vai demorar eternidades, que esta gente para desembolsar seja o que for é o cabo dos trabalhos. Relativamente ao centro de emprego do Porto Ocidental, e tendo eu a experiência do centro de emprego de Gaia, tenho a dizer que é brutal! Não tem ninguém! Fui as 14h30m e tinha duas, repito, duas! pessoas à minha frente! Se fosse a esta hora ao de Gaia diziam-me "para esse serviço hoje já não há senhas, volte amanhã"!

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