Agora já posso escrever este post. Agora que já respirei fundo várias vezes, que já respondi a mais umas perguntas de final de capítulo do livro "4 horas por semana", que já obriguei O Filósofo a sair da aula dele para falar comigo ao telemóvel e que já passou cerca de uma hora após a mais recente troca de emails com o meu orientador. Sim, porque eu vim aqui tentar escrever este post imediatamente a seguir à dita troca de emails mas a densidade de palavrões era de tal ordem que achei por bem adiar a coisa. Pois bem, lembram-se do meu orientador que era um querido que só ele, e extremamente disponível e tudo e tudo e tudo? Pois não é que após eu lhe ter entregue o raio da tese para correcção o querido orientador virou um grande sacana, ao bom estilo do conto do Stevenson que dá o título a este blog? Eu tinha combinado com ele, logo nos primórdios da nossa relação orientador-orientanda, que lhe entregava a tese no final de Julho. Esfalfei-me bem e consegui entregar-lha no inicio de Agosto, mais concretamente no dia 3! Portanto, com um atraso mínimo! Que atire o primeiro calhau quem tiver entregue a tese exactamente no primeiro prazo estipulado! Ora, vai que mando aquilo para o homem e nunca mais há resposta! Na altura estava eu desempregadinha da vida e totalmente disponível para fazer as correcções que fossem preciso mas, já sabia que passado algum tempo iria abraçar um projecto que não me ia deixar propriamente folgada de tempo. Era portanto importante que as correcções a fazer me fossem entregues nessa altura, facto para o qual alertei, várias vezes, o meu orientador. Que me cagou na cabeça de uma forma impressionante. Mandou me a correcção dos primeiros dois capítulos dia 29 de Outubro. O prazo para a entrega oficial era 31 de Outubro! Mas no email com o dito documento afirma também que se responsabiliza totalmente pelo atraso e que já tratou de tudo para que eu possa entregar até meados de Novembro. Até corrigi esses dois capítulos rápido mas, chegada a meados de Novembro ainda não havia sinal da correcção dos restantes capítulos. Nem me dei ao trabalho de o chatear, chega a uma altura em que se perder a paciência e ponto final. Nisto, dia 22 de Novembro chegam os ditos cujos acompanhados da frase "seria bom se conseguisse entregar a tese até dia 26 de Novembro". Ah ah ah ah ah! Só podia estar a brincar. Respondi prontamente a dizer que me seria de todo impossível por no momento - e tal como andei semanas a avisar - já tinha mais que fazer. Qual não é o meu espanto (e horror!) quando recebo hoje um email a dizer que tinha agendado a minha apresentação com o arguente para dia 12 de Dezembro e que como tal tinha de entregar a tese até dia 3, sob o risco de ter de pagar mais propinas! Como?! Quando?! Era o que mais faltava! Levou logo a resposta, primeiro dia 12 estou em formação o dia todo em Fátima, antes não estivesse mas estou e é incontornável (toma lá para não te armares aos cucos a marcar datas sem me consultar primeiro), segundo que não ia conseguir entregar a tese dia 3 coisa nenhuma porque estava (e estou mesmo!) ocupadíssima nos próximos dias tal como tinha avisado vezes sem conta! Não lhe respondi, apesar de bem me apetecer, que quem tinha de pagar as propinas era ele e que o atraso era culpa dele e tal como tinha referido num mail anterior (bem guardado por causa do cheiro das tintas!) se responsabilizava "totalmente" por isso. Fica para quando me apresentarem a factura. Ora foda-se!
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