Papeis, papeis, papeis, papeis. Telefonemas. Papeis. Senhas, filas, espera, papeis. Telefonemas e papeis. Espera, espera, espera e espera, senha, espera, espera, sempre mais espera, papeis. Nova espera, senha, sempre espera, espera, espera, espera, papeis. E foi esta a minha experiência do processo burocrático para adquirir o subsídio de desemprego. Preciosos 13 meses de subsídio de desemprego. Primeiro era o papel da empresa que não vinha. Depois eram as actividades que ainda não estavam cessadas. Depois era o papel da empresa que vinha com erros. E depois foi o ataque a essa fortaleza inexpugnável: o Centro de Emprego de Vila Nova de Gaia, ao qual tive de ir não uma mas duas vezes! Digo já que parece que passei lá um mês. No primeiro dia lá vou, convencida de que vou despachar aquilo tudo no próprio dia, tal como sucede noutros centros de emprego do país. Na base do "posso ter de esperar mas saio daqui com tudo resolvido". Santa inocência. Lá vou eu. Como já sei que aquilo é concorrido decidi ir para lá sensivelmente uma hora antes de se abrirem as portas. Chego lá às 8:07 e já estavam cerca de 100 pessoas à minha frente! O drama, o horror, a resignação... Passei a espera entre a leitura de um livro que odiei, observar as pessoas na fila e ouvir a conversa alheia. Depois de tirada a senha nova espera de 2h40m até ser atendida, mais uma vez ler, observar, ouvir a conversa alheia e - novo elemento - ver a praça da alegria! Até que lá fui. Nada a dizer sobre a funcionária que me atendeu, contra todas as expectativas, era impecável. O que eu não sabia, mas comecei a suspeitar com as conversas alheias na sala de espera, era que aquela era só a primeira fase do processo. Posta esta primeira fase, com a funcionária do centro de emprego propriamente dito, fui avisada de que tinha de ir à segurança social dar deferimento ao processo. "Mas tem de ser aqui no gabinete da segurança social no centro de emprego ou posso ir a outro qualquer?", "Para esse efeito tem mesmo de ser aqui, mas aviso-a de que hoje as senhas para a segurança social acabaram às 9:30 portanto venha aí pelas 9:00", "Mas aí pelas 9:00 já não consigo senha nenhuma, eu hoje cheguei às 8 e a minha senha é das 9:20!", "Ah! Como isto está!". Pois está! De maneira que hoje lá volto eu ao centro de emprego. Desta vez esforcei-me mais um bocadinho e cheguei às 7:45. Pronto, alvissaras, alvissaras, já só tinha cerca de 40 pessoas à frente e consegui ter senha e ser atendida ainda da parte da manhã! Agora, muito sinceramente, espero não ter de voltar lá tão cedo, pelo menos não para nenhum destes dois serviços que são os que avançam mais devagar nas senhas, é desconcertante. Posto isto, se alguém tiver alguma questão sobre o centro de emprego de Gaia que diga, que eu já domino! Afinal de contas, não me faltou tempo para observar, até porque os livros que levei para me ajudarem a passar o tempo não eram grande espingarda. Por falar nisso! Não é que no meio de tanta gente com tanto tempo de espera só no segundo dia é que me deparei com outra pessoa a ler?! Como é que esta gente consegue esperar sem livros?! E o rapaz estava a ler "A Guerra dos Tronos", sim senhor, até tive vergonha e escondi a capa do Nicholas Sparks que ando a ler (eu posso explicar! fui praticamente coagida!) assim como quem não quer a coisa.
Não há coação que me subjugue a tal coisa... FALHASTE!!!
ResponderEliminarAssumo! Mas em minha defesa, o livro foi me recomendado por uma pessoa que eu tenho em boa conta a nível literário. Atenua alguma coisa? :P
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