Estou a um pequeno passo de acabar o meu Estado da Arte. Que é como quem diz a versão pré-correcção-pelo-orientador do meu Estado da Arte. Ficou grandito, o meu menino! 38 páginas dele! Tão crescido (ou será obeso?… prefiro pensar que seja crescido)! Paciência, reduzi ao máximo e (acho que) não pus palha ou tentei reduzi-la ao mínimo agradável para uma leitura não muito cansativa (leia-se mais cansativa do que o necessário, dado que é um Estado da Arte). Mas agora não me apetece acabá-lo. Dá me a maldita da inércia. Trabalhei tão bem até aqui mas agora: ah e tal, falta tão pouco que faço isso em qualquer altura. Hã hã! Pois claro! A verdade é que a teoria é chata mas não obriga a puxar assim tanto pela massa cinzenta. É à base de muita pesquisa e leitura e depois retirar o que me interessa e transformar a informação num texto com cabeça, tronco e membros. Ok, talvez seja um bocadinho mais complicado e mais chato do que eu aqui estou a fazer parecer, mas é mais ou menos isto e eu até leio rápido e até me safo bem a escrever textos científicos. Agora a seguir? A seguir é que vão ser elas! Desenvolver uma metodologia nova. Pois sim! Não tenho de ler documentos mas tenho de começar do zero. Já tenho umas ideias formadas à espera de serem desenvolvidas mas só de pensar no trabalho que me vai dar e no que vou ter de queimar a cabeça para fazer aquilo apetece-me logo deixar o Estado da Arte tal como está só para não poder passar para o ponto seguinte.
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterlizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Madei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão
O processo de adopção de um bicho (neste caso uma gata) a uma associação daquelas que os acolhe (nesta caso Animais de Rua) é um processo mais complicado do que aquilo que eu pensava. Não é muitoooo complicado, ok, mas ainda assim não é toma lá dá cá como eu estava convencida que seria. Entre manifestarmos o nosso interesse no bicho e tê-lo em casa é preciso responder a um questionário, ir visitar-lo ao sitio onde ele está e ao qual está habituado para ele nos conhecer no seu ambiente, e depois, vir a senhora da associação trazer o bicho a nossa casa para ver o espaço e ver se não estávamos a mentir no questionário. Ora muito bem, nada contra, acho muito bem que eles estejam preocupados e que queiram garantir que entregam a criatura a pessoas que cuidem bem dela. Afinal de contas há que evitar que daqui a uns meses não a tenham de recolher outra vez das ruas. Eu é que sou, aparentemente, uma pessoa inocente que acha que toda a gente que quer adoptar um animal é para bem deste último. Estava enganada. As senhoras das associações sabem melhor. É triste, no entanto.
Já há meses que não punha lá os pés, eu, detentora de lugar anual. O frio conjugado com o mau futebol da equipa do Porto faziam-me ficar no sofá em vez de me meter no metro e rumar ao estádio. Mas este fim-de-semana fui. E arrependi-me… Eu e muitos outros, que o estádio estava cheio. A vitória na Luz iludiu-me claramente. Fui para lá a pensar que agora é que era! Não necessariamente o regresso às exibições do ano passado mas pelo menos algum futebol, alguma vontade de ganhar manifestada em campo, nascida da reviravolta no campeonato. Mas nada… ao intervalo já estava arrependidíssima de lá estar. Afinal de contas, há tanta coisa boa para se fazer num sábado aquela hora! É que não jogaram ponta…. Empataram mas mereciam perder, por muitos penaltis que tenham (ou não, não vi as repetições) ficado por marcar. Muito sinceramente, duvido que lá regresse esta época.
Eu adoro cachecóis! Posso ter poucas carteiras e poucos pares de sapatos ao contrário do que é tradição no meu género, mas compenso em cachecóis. Tenho imensos. De várias cores e feitios e outro nunca será de mais. Mal começa a fazer frio (pronto, chamemos-lhe mais fresco) começo imediatamente a andar de cachecol. E depois, por esta altura, em que o tempo começa a ficar mais quente, custa-me imenso larga-los. Precisamente há um ano atrás, já andava O Filósofo de calções (ele também não é muito normal neste capítulo) e eu ainda andava de cachecol. Mudo primeiro para casacos mais leves do que abandono a protecção quentinha do pescoço que o cachecol me proporciona. Mas hoje larguei. Acordei com os senhores da rádio a dizer que o Porto ia chegar aos 21º. Ora 21º já é uma senhora temperatura, pensei eu, já não é adequado levar cachecol, vou parecer uma maluquinha. Pois bem, ficaram em casa. Mas ainda custou. Ao vir do carro para o escritório faço um troço da Rua de Guerra Junqueiro que às 9 da manhã (pronto, 9:20…) ainda não tem sol e onde há algum vento e senti um friozinho no pescoço, tolerável mas perfeitamente desnecessário. Ou seja, acho que o desmame ainda não é desta. À hora de almoço, ok, quando estiverem os tais 21º mas de manhã cheira-me que ainda vou ter a companhia dos meus cachecóis durante uns dias… isto é pior que deixar de fumar.
Hoje é sexta feira (ohhh… at last!!!) e dia de clássico, o que ninguém entende muito bem porquê (principalmente com jogos das selecções na quarta feira) a não ser as cabeças iluminadas da LFP. Muito sinceramente, não estou à espera de um grande de jogo. Não tenho visto jogos do Benfica portanto não sei como andam a jogar, mas algo me diz que não são propriamente os globetrotters do futebol. Quanto ao Porto… nem sei se vale a pena tecer comentários… dói-me na alma ter de dizer mal do meu clube de coração! Daí que feitas as contas me cheira que vá ser um jogo de emoções fortes mais pela rivalidade existente (o facto de eu não poder com os mouros nem à lei da bala, por exemplo) do que propriamente pelo encanto de um bom jogo de futebol. No fim que vença o melhor e que esse melhor seja o FCP, carago!
